sábado, 29 de novembro de 2014

capitulo de demonstração do projeto

I


Meu quase primeiro beijo com um monstro.

















Se você comprou este livro achando que era só ficção para passar o tempo Pare por aqui!





















   Agora se você continuou a ler, sinto muito, você pode não gostar do que vai ver, porém tente imaginar cada cena como se fosse realidade, faça isso mesmo que as cenas sejam impossíveis em sua opinião.   Eu sou o protagonista desta maluquice.


   Como eu sou... Na verdade sou até bem comum: Olhos castanho escuro, pele pálida, cabelo preto bagunçado e etc.
   Nunca fui um aluno Exemplar. Nunca fui o melhor nos esportes. Então eu acho que na escola eu só existia.
   Nunca conheci meus pais, e eu nem procurava lembrar-me deles. Quem me criou — ou quase isso— foi meu tio. Como o descrever...
   Você já viu aqueles desenhos animados de uma família doida com um pai gordo, bêbado e burro? Meu tio era assim só que de verdade, quanto ao nosso relacionamento, eu não o odiava nem o amava ,era assim porque não o conhecia muito bem, tá, nós moramos na mesma casa a vida inteira e ele é a única família que tenho, mas você vai perceber que não sou nem um pouco fácil de lidar.
   Eu morava em um pequeno apartamento em Abel, uma cidade pequena, quer dizer na realidade não era tão pequena assim, é que praticamente todo o espaço disponível virava área residencial. Por qualquer direção que se olhe, só se via tijolos e janelas.
   O apartamento tinha somente dois cômodos, o primeiro era uma mistura de cozinha com sala, o lugar perfeito para o meu tio viver e o outro o meu quarto, mesmo naquele pequeno espaço apertado, era onde eu passava toda a parte livre do meu dia. Todas as manhãs eu saía para a escola, e só voltava depois de meio dia, quando chegava me trancava no quarto e só saía quando realmente necessário.
   Meu quarto e realmente um amontoado de coisas misturadas e bagunçadas, mas ao mesmo tempo muito organizado já que sabia onde tudo ficava. Uma vez encontrei uma moeda de 1758 embaixo da minha cama - não faço ideia de como ela fora parar lá-
   A única coisa que fazia eu me animar um pouco eram minhas historias em quadrinhos e livros de fantasia e ficção. Eu Não sabia na Época o porquê mais quando os via, me sentia bem. Como se toda a tristeza sumisse.
    Também tinha meu pequeno pé de feijão, Daquele tipo que todos fazemos quando estamos na pré-escola, aquele com algodão, Pois é ele ficava na janela do meu quarto, pegando sol. Já estava ali ha anos. E mesmo empesteando todo o quarto com um cheiro horrível, eu nunca o tirei, acho que gostava dele. O engraçado é que mesmo eu, me esquecendo de regalo tantas vezes, ele continuava ali, crescendo...
   Há sim, quase me esqueci, também tinha aquele lugar onde sou “obrigado” a ir e permanecer durante horas a fio e sem nenhum tipo de diversão, acho que vocês devem conhecê-lo como escola --mas eu costumava achar que era uma    prisão--.sempre era tedioso ficar lá, mas nesse dia foi um tanto quanto  diferente.
   A manhã na escola foi bem comum, as mesmas aulas chatas e tediosas, quer saber, nem os professores sabiam da minha existência, era como se eu fosse invisível como se estivesse numa zona cega onde ninguém me enxergava, eu amava isso. Tinha uma sensação de conforto com relação à solidão.
  Eu estava fazendo o que sempre fazia no intervalo. Estava comendo minha merenda escolar sentado na ultima carteira do refeitório onde podia comer sem ninguém me encher. Passava o tempo brincando com as almôndegas no meu prato quando ouvi alguém chamar: — Cyrus! — Eu não dei importância, pois achei que não era comigo que falavam – E... Sim meu nome é Cyrus,    Cyrus Broudmore um pouco pesado não acham? – porém, ouvi novamente a voz chamar, dessa vez mais próxima a mim, olhei para minha esquerda nada, para minha frente ninguém, mais quando verifiquei minha direita vi alguém sentada ao meu lado. Um rosto estranho... Não me refiro a estranho como feiura mais estranho como desconhecido, na realidade a menina era linda, alta, com cachos de cabelos loiros onde estava uma linda fitinha vermelha, pele branca e lábios vermelhos construíam seu belo rosto que parecia falso de tão belo, ao se sentar ao meu lado ela disse:
   — Então é você – disse em tom alegre.
   — Esta falando comigo?
   — Claro, Não tem mais ninguém aqui nesta mesa não? Meu nome é Euriále más pode me chamar de Euria, posso sentar aqui?
   Concordei com a cabeça, mesmo estando confuso em relação aquilo tudo.
   — Onde você mora?
   — C... Como? Gaguejei.
   — Está instituição recebe alunos de vários bairros, de qual você é?
   — Quem é você?
   — Já disse, Euria sua nova amiga.
   — Não quero novos amigos.
   — Eu não perguntei.
   De repente Euria se levantou e disse: - procure-me na lanchonete atrás da escola. E Foi embora assim do nada, sem explicações, ela simplesmente chegou perto de mim, o fantasma da escola, convidou-me para um encontro e antes que eu pudesse dizer qualquer coisa,ela foi embora.
   Fiquei sem fala, não achava boa ideia ir, más precisava entender o que estava acontecendo, e eu não ia perder essa chance.
   Esperei o sinal tocar como me fora instruído e fui direto ao ponto de encontro. Chegando lá notei um clima estranho no ar — Cadê você? — perguntei — Foi quando a menina surgiu de atrás de mim e disse:
   — Este é nosso encontro, não se lembra do que disse antes?
   Queria correr dali, pois estava com uma sensação estranha, mas não sabia se ia pegar bem, afinal nunca tive um encontro e podia ser que nunca mais tivesse outro — como se ter um encontro com uma estranha numa lanchonete onde nunca fora, fosse uma boa ideia. A lanchonete estava vazia, não tinha ninguém mesmo na rua.
    —ei... Isso não é um encontro— consegui dizer ainda muito nervoso.
    — sente-se. Estava te esperando — O seu olhar era cruel e malicioso, no entanto muito sedutor. ¨
Ainda de pé disse:
   — o que raios é isso?-
   — um encontro— disse ela­—sente-se;
   — movido pela curiosidade, decidi levar o meu traseiro de encontro a cadeira, e mais uma vez falei:
   — isso não é um encont... —antes que pudesse terminar ela me interrompeu, pôs o dedo indicador nos meus lábios,como um sinal para que eu fizesse silencio,e então disse:
    — Faz quanto tempo que estuda aqui? — Disse com olhar desinteressado.
   Ainda movido pela curiosidade e pela sede de respostas,decidi responder e esperar para ver no que dava— Faz um ano. Eu e meu tio nos mudamos a pouco de... Estranho não lembro o nome da cidade.
   — Por que se mudaram?    
   — Também não me lembro...
   — Você não vai me beijar?
   — O quê? — Milhões de coisas passaram na minha cabeça naquela hora, dentre elas muitos: O que?!
      E ela começou a chegar cada vez mais perto com a cabeça.
   Não queria um primeiro beijo como aquele, mas parecia não ter escolha. Ia ter meu primeiro beijo querendo ou não.
   Fechei os olhos e fiz bico esperando acontecer(sim,eu sei como soa ridículo), foi quando senti uma estranha sensação, sentia-me como nunca antes, sentia uma sensação de... Perigo.
  Fui tomado por um medo profundo, um medo que nunca senti antes, logo que senti a respiração de Euria, meu medo aumentou imensamente,minha cabeça dizia: WTF?E o resto do meu corpo:CORRA!!!!!!  
  Foi ai então que abri os olhos, e o que vi não era humano, eu estava com os lábios a um milímetro de distância de um ser com escamas, presas, cabelos de cobras e rosto igualmente escamoso.
   — Ah! O que é isso? — gritei.
   O monstro com cara de lagarto deu seu bote, e com uma incrível velocidade e reflexo, — ou uma grande sorte(o que é bem mais provável) — eu pulei para a direita quase me chocando com a parede e agarrando o banquinho onde me sentara anteriormente como um escudo para afastar o monstro.
   — O que é você e cadê A Euria? –dizendo aquilo nem parecia que estava me borrando todo de medo (que era quase verdade).
   — O que você fez com ela cara de lagarto?
   — O que? Tenha mais respeito, eu sou uma gorgona, e sou eu, Euriále, não me reconhece.
    Logicamente me espantei e sai correndo largando a minha cadeirinha protetora assim que tive a chance, Eurále vinha logo atrás revelando uma cauda de serpente da cintura pra baixo, ela corria espantosamente rápido para quem não tinha pernas.
   Corri o mais rápido que pude, tentei fugir para um lugar seguro, mas fui encurralado em um campo de construção bem próximo a lanchonete. O monstro me prendeu com a cauda e começou a me estrangular, Ela ainda disse algo em uma linguagem que não entendi talvez língua de cobra, não sei e na hora não ligava.
   Eu achava que era um grande pesadelo ou algo assim, só que... Eu estava desesperado demais para me preocupar com isto, você já foi sufocado? Dói muito, pode acreditar, eu estava quase ficando inconsciente ai eu gritei a plenos pulmões com o ar que restava:
   — Socorro!
   Nada aconteceu e eu não fiquei surpreso, não havia ninguém perto do local, nem mesmo nas ruas ou lojas da região, eu estava definitivamente perdido...
   Porém eu senti uma dor em minhas mãos não realmente uma dor algo como um formigamento, claro eu estava prestes a morrer, mas não parecia ser isso, eu berrei novamente:
   — Socorro! — e buum! Saiu da terra algo em altíssima velocidade como se o chão o cuspisse: era uma espada ou algo do tipo, enfim algo com uma lâmina afiada, e àquela altura era tudo o que eu queria, finalmente ergui um braço em fração de segundos para segurar a lâmina(nem me pergunto como consegui,nem eu mesmo sei).
   Caso você não saiba quando te esganam você não consegue pensar muito bem, talvez seja por isso que eu cortei a cauda que segurava meu pescoço ao invés do pescoço de Euria, o que deu tempo a ela de recuar para uns dois metros de distância, e bem que o berro de dor dela me deu tempo de ficar em pé ainda meio zonzo.
   — O que você quer de mim?
   — Te matar, não é obvio?
   — Por quê? Oque eu fiz?
   — Sinto muito amorzinho, são ordens.
   — De quem?
   — Eu já falei mais do que deveria, mas não importa mesmo, você vai morrer.
   Neste momento eu fiz uma besteira, eu tirei a espada tentando acertar o monstro (sim, eu sei como isso é imbecil ¬¬), mas como estava com os olhos fechados eu atirei-a para o alto. Senti uma tremenda raiva de mim mesmo.
   — haahahaha!  — Euria riu — está desistindo?
   E gritei como louco pedindo ajuda novamente:
   — Socorro! Socorro!
   O que eu esperava uma segunda espada magica, até eu teria desistido de mim. Foi ai que ouvi um zunido estranho vindo de cima,era o som de algo cortando o vento, levantei levemente o pescoço com muito medo ainda, porém aquele olhar de medo se transformou em um olhar de esperança, o que eu vi foi uma lâmina de cor dourada escura descendo dos céus, a mesma que eu atirei para cima como um imbecil, não lembrava de ter atirado ela tão alto, más com  isso eu me preocuparia depois .
   Euriále parecia não se importar ou ao menos não demonstrou.
   — Você sofrerá aqui na terra e depois no tártaro porque...
Vupt!!!!
   Isto é tudo o que ela conseguiu dizer antes de ser decapitada pela espada que desceu em uma velocidade enorme como se pesasse duzentas toneladas.
   Depois de tudo aquilo, eu tive uma impressionante reação até mesmo para os meus padrões, um sorriso, um pequeno sorriso que logo se transformou em um desmaio.
   Senti-me cansado como se tivesse corrido uns cinquenta quilômetros sem parar, cansado é pouco eu estava mais para um semidefunto, e imagine minha surpresa e alivio quando acordei na minha cama, na minha casa — talvez tivesse sido tudo um sonho, um sonho terrível —.
   Fui escovar os dentes — depois de usar aparelho dental por muito tempo aprendi cuidar dos meus dentes — e quando levei a escova a minha boca notei algo estranho amarrado no meu braço estava uma fita preta, com uns desenhos estranhos, algo como as runas de senhor dos anéis, a maioria estava envolta por uma espécie de ouro ou algo que brilhasse tanto quanto, e algumas estavam apagadas, sem contorno algum. 
   Ignorei e peguei a escova novamente — não ia dividir esta maluquice com o mundo, que é o que eu teria feito gritando como eu iria gritar — me limitei a uma cara de espanto, e juntei todas as minhas forças para banir aquela informação da minha mente.
   Sentei á mesa do café e notei que o meu tio não estava lá, o que é bem estranho — meu tio não dispensava comida — tomei meu café um ovo perfeitamente frito o que é mais estranho ainda, já que todas as vezes que meu tio tentava fritar um ovo, saia alguma coisa errada, uma vez ele fritou com casca e tudo e outra trocou o leite por vinho — nem me pergunte —.
   Senti uma enorme vontade de não ir para a escola, mas ai pensei na chatice que seria repor este dia de aula por isso eu fui.
   Chegando lá ,coisas ainda mais estranhas aconteceram, começando com a chamada:
   — Jade Masters.
   — Presente!
   — Many Wilson.
   — Aqui!
   A professora me olhou estranha e com desconforto, mas logo voltou ao normal possivelmente percebendo minha expressão.
   — Você é um aluno novo?
   — Não professora eu estudo aqui nesta escola há mais ou menos um ano.
    A sala irrompeu em risadas, será que eles acharam que foi sarcasmo?
   — Engraçadinho né, não brinque comigo garoto! Vou checar meus registros já que não quer me contar.
   E ela folheou um daqueles cadernos de professores em que eles marcam a presença, até encontrar meu nome.
   — Hum... Ah esta aqui... Quem diria é verdade! Mas mesmo assim não me lembro de você.
   — A professora deve estar ficando gagá para esquecer-se de alguém – disse remela (nome dado carinhosamente por Jade Masters) antes de ser expulso da sala-.
   Eu, sem querer deixei escapar uma risadinha que por acaso me fez se expulso tambem — você deve estar pensando: “mas expulso da sala só por dar uma risadinha” é só por uma risadinha sim, isso se deve ao fato de que na nossa escola a professora Eleonor era a mais invocada e má de todas, talvez ela não fosse tão má humorada assim, mas por nunca conseguir sua aposentadoria decidiu infernizar todo mundo, reclamando de sua vida e do salário curto, (acho que todos já tivemos esse tipo de professor ¬¬).
   — E não entre até a última aula ouviu bem...
   — Cyrus!
   — Tanto faz—disse quase sussurrando, já que na podia piorar.

   E ela bateu a porta com força me deixando do lado de fora da sala com o maior valentão da sala, o remela, não precisa ser gênio para saber o que aconteceu, ele me culpou e me deu um soco.